Pavement- Quarantine in The Past

E ai você clica no play para ouvir a mais nova  coletânea sobre aquela banda que para você surgiu ontem, mas que no mundo cronológico real , já acabou e renasceu, tal qual centenas de Fenix’s oportunistas nos útimos tempos (anos? décadas?…)

O parágrafo anterior poderia se aplicar a muitas destas aves mercadólogicas, mas a citação, neste caso específico, vai para “Quarantine in the Past”, do Pavement.

Falar sobre o Pavement, para mim, é como traçar um paralelo imaginário, não coronológico, com sensações sonoras que não recordo de experimentar na última década –ok, uma marolinha aqui e outra acolá-como experimentei nos já longiquos anos 90.

É falar sobre a ascenssão da música indie ao panteão do Rock, dos estrelados albuns das bandas “fichadas” como Grunge, numa época em que o verdadeiro lixo estava infestando os dials das rádios em escala mundial. E aí surgiram essas “coisas”, como Nirvana, Mudhoney, Soundgarden, e ofereceram para o mundo Pop uma série de possibilidades descartadas desde o início dos anos 80 em detrimento de uma linguagem fácil, maniqueísta e muito, muito divertida, que fora a New Wave e todas as suas subdenominações.

Mas voltando ao Pavement, já com a mídia corrompida por três acordes e os frutos da invasão de Seatle fazendo a festa em festivais mundo afora, naturalmente tudo começou a ficar chato, repetitivo, monótono e, em um dia qualquer, você se pega envolvido em uma certa aura estranha, ouvindo uma banda que parecia aquilo tdo mas ao mesmo tempo não era nada daquilo.

Talvez o sol da California em contato com a substancia “grunge” produzisse um efeito diferente, ou aquilo não tem nada a ver com grunge, e o que porra é Grunge afinal? do que estamos falando?

O Fato é, a banda, formada em 1989 na cidade de Stockton, California, tornou-se um dos pilares do Rock Alternativo daquela década, onde ser chamado de Alternativo era apenas uma convenção linguistica. O primeiro album da banda, Slanted and Enchanted, possuia um frescor distorcido por melódias pop que não recordo de ter experimentado desde Psychocandy, do Jesus & Mary Chain, alguns anos antes -Isto não é uma comparação, é uma analogia-

A banda lançou mais 4 discos pelo selo Matador e pontuou a década com clássicos como Summer Baby, Cut your Hair e Stereo, porém, graças aos Deuses da boa música, não virou figurinha fácil de comerciais de Shampoo e nem obteve nenhum Boom de vendas.

Esta coletânea vem preparar terreno para o retorno da banda (mais uma…) no entanto, para fãns (e eu odeio essa nomeclatura..)soa como um compendido, um pequeno relicário de boas recordações, ainda que peque em omitir coisas elementares como 'Carrot Rope ",  " Kennel District', 'Silent Kid' e 'AT & T’, o que torna um segundo volume perfeitamente viável, de resto, está tudo lá:

"Shady Lane / J vs S ',' Summer Babe (Winter Version)",
"Trigger Cut / Wounded Kite at: 17 ',' Range Life' ,
"Grounded" e as já citadas ‘Stereo’ e ‘Cut your Hair’

Em outras palavras, é exatamente o que uma coletânea do Pavement  deve ser - um Arco,uma base anarco-pop cheia de falhas propositais, uma espinha dorsal frágil que contempla a estrutura de albuns clássicos de uma década que, para alguns,  não chegou a acabar e já se reinventa cheia de auto referencias, como o Rock Alternativo, comos os Dials em streaming, enfim, como o Pavement.

0 comentários: