Sobre Nick Drake e a Morte de Heath Ledger


Lí recente uma matéria no Google News que mencionava uma interessante associação entre as mortes ator Australiano Heath Leadger e do Songwriter Inglês Nick Drake.
Drake, para quem não conhece, foi um brilhante e obstinado compositor e cantor Inglês, cujo suposto suicídio, em 1974, em muitos pontos lembra a polêmica em torno da morte de Ledger.
Assim como Ledger, Drake também fora encontrado morto e pelo mesmo motivo, intoxicação por medicamentos para dormir, da mesma forma, não havia bilhete de despedida .
Nicholas Rodney Drake nasceu em 19 de junho de 1948, em uma família de classe média-alta em Burma,na Birmania. Aprendeu a tocar piano quando criança e começou a compor suas primeiras melodias. Desenvolveu interesse por esportes, Foi capitão da equipe de rugby, Aprendeu clarinete e saxofone e se apresentava com a banda da escola.
Entre 1964 e 1965 ele formou uma banda com outros quatro amigos intitulada The Perfumed Gardeners de onde foi logo expulso por seu gosto musical, visto como pop demais pelos outros integrantes.
Ainda em 1965, Drake pagou treze libras esterlinas por seu primeiro violão e logo se aventurou no campo dos experimentalismos sonoros , desenvolvendo uma afinação própria.
Em setembro de 1967 conheceu Robert Kirby, estudante de música que orquestraria muitos arranjos de corda para seus dois primeiros discos. Nesta época, Drake descobriu o folk inglês e outros compositores ,sendo influenciado por artistas como Bob Dylan, Josh White, Phil Ochs e Jackson C. Frank.
Começou então a realizar apresentações em clubes locais e cafés de Londres e em fevereiro de 1968 foi descoberto por Ashley Hutchings, da banda Fairport Convention. Hutchings ficou impressionado com sua habilidade como guitarrista e Nick foi recomendado a Joe Boyd, famoso por suas produções, entre elas a de Pink Floyd e Jimi Hendrix.
O primeiro Album, Five Leaves Left, foi lançado em setembro de 1969. A Revista britânica Melody Maker referiu-se ao álbum como "poético" e "interessante" ao passo que a NME escreveu em outubro que "quase não havia variedade suficiente para torná-lo divertido". Foi recebido com pouco entusiamo, a exceção do programa de John Peel, que ocasionalmente tocava algumas faixas. Drake se mostrou descontente com o modo com que o disco foi impresso, com a ordem de execução diferente das faixas e com a omissão de trechos gravados no estúdio.
Embora o reconhecimento gerado por Five Leaves Left tenha sido pequeno, Boyd estava interessado em gravar um novo disco com uma dinâmica parecida. Bryter Layter, novamente produzido por Boyd e tendo Wood como engenheiro, é mais alegre, com elementos do jazz. Como o seu antecessor, o álbum tem a ajuda músicos da banda Fairport Convention e contribuição de John Cale. As críticas foram novamente variadas: enquanto a revista Record Mirror elogiou Drake como "um ótimo violonista, límpido, e acompanhado com suaves e maravilhosos arranjos", a Melody Maker descreveu o álbum como "uma mistura de folk e uma desagradável fusão jazzística"
Embora a Island não quisesse um terceiro álbum, Drake procurou Wood em outubro de 1971 para começar a trabalhar no que seria seu último disco.
As sessões duraram duas noites, tendo apenas Drake e seu engenheiro no estúdio. As sombrias faixas de Pink Moon são curtas, as onze canções do disco têm apenas vinte e oito minutos. Drake tinha manifestado descontentamento com o som de Bryter Layter e acreditava que cordas, bateria e saxofone, criaram um som muito cheio, muito elaborado.
Após a conclusão do álbum, Drake entregou as fitas-mestre no balcão da Island Records, colocou-as junto a recepcionista do balcão e saiu sem falar com ninguém.
As fitas ficaram lá durante o fim de semana e só foram percebidas mais tarde, na outra semana. Voltou a casa dos pais e o seu estado psicológico piorou bastante, se recusou a promover a divulgação do álbum, Sofreu uma crise nervosa que o deixou hospitalizado por cinco semanas Decidiu largar a música e tentar arranjar um emprego, Desistiu disso, e no resto de seus dias fazia viagens ocasionais a Londres e à França, onde visitava amigos.
Em julho de 1974, Nick procurou Boyd dizendo que tinha algumas canções para gravar, essas canções viriam a ser seu quarto álbum, mas ele desistiu das gravações e não teve tempo de retomá-las. Depois de ter passado a tarde visitando um amigo, fora dormir cedo e a certa hora da madrugada deixou o seu quarto para ir à cozinha - sua família recorda que ele fazia isso inúmeras vezes- retornou entâo ao seu quarto um pouco mais tarde e tomou alguns comprimidos para "ajudar a dormir". Por conta da dificuldade em adormecer, muitas vezes ficava até altas horas da noite tocando e escutando música, em seguida dormia boa parte da manhã. Por volta do meio dia sua mãe foi acordá-lo porque ele parecia estar dormindo há muito tempo...". segundo ela Nick ocupava toda a cama por conta de sua estatura, e que a primeira coisa que observou foram "suas longas pernas... a sua longa perna". Nick Drake havia morrido.
Não houve nota de suicídio, porém, uma carta dirigida a Sophia Ryde, a possível namorada. Nela, haviam apenas o versos "Now we were, we are every were", retirados da canção "Which Will", de seu último álbum. No inquérito de morte, o investigador notificou "intoxicação aguda de amitriptilina auto-administrada quando sofria de uma doença depressiva", e concluiu o veredicto como suicídio, fato contestado por alguns membros de sua família.
Heath Ledger era obcecado por Nick Drake, declarara sua admiração em diversas ocasiões, chegou inclusive a gravar uma homenagem ao ídolo, em um vídeo onde afoga-se em uma banheira ao som de Black Eye Dog.
A estranha relação entre as duas mortes é um desses casos onde as circunstâncias importam menos que as coincidências.

Abaixo estão os links para admirar a genial e sensível obra de Drake
Recomendo em especial Pink Moon, uma obra prima.

Bryter Leyter


Pink Moon


Five Leaves Left



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