James- Hey Ma (Ou, a volta dos que não foram! )




No início dos anos 90 havia um programa na Rádio Cidade chamado Novas Tendencias, apresentado pelo DJ (e comissário de vôo da Varig) José Roberto Mahr, que passava em rede nacional as 22:00 do domingo.
Em uma era pré internet, quando a MTV ainda dava seus primeiros passos no Brasil apenas nas capitais do sudeste e onde a maior fonte de informação sobre coisas novas era a revista BIZZ, que nos apresentava a um maravilhoso mundo de sons que nós, pobre mortais, jamais ouviriamos, pois não tínhamos acesso aos caríssimos vinís importado, nesta época, em que CD Player ainda era artigo de luxo, ouvir (e gravar) o programa era estar antenado com o que havia de mais moderno no mundo da música independente, para mim era o avô dos podcasts, que eu levava para cima e para baixo no walkmen. Foi através do Novas Tendencias que, entre outros descobertas, conheci uma banda britanica formada nos anos 80 chamada James, que pouca ou nenhuma repercussão tinha por aqui, exceto por uma música, Sit Down, que chegou a entrar em uma coletânea do finado selo Stilleto, outra fonte de bom Rock Independente que lançou no Brasil desde Joy Division à Pixies.
Ainda devo ter umas duas fitas gravadas do programa ,com sons do James, do House of Love, My Bloody Valentine , PJ Harvey, 808 State e outros , resultado daquelas balsamicas noites de domingo, onde meu esporte preferido era tentar decifrar o nome das músicas após o final de cada bloco para por na capinha das fitas.
-Meu Inglês ainda hoje agradece a atenção -.
Hoje, com Emules, Lime Wires e Torrents da vida, ainda não é uma tarefa fácil encontrar coisas do James, muito da dificuldade vem da simplicidade do próprio nome da banda, que quando lançado em um dos supra citados programas, aparece entre centenas de James outras coisas.
Algo mais ou menos como se no Brasil houvesse uma banda chamada Zé.
Através do Orkut e do Google e do All Music Guide , já há algum tempo, consegui a relação de albuns da banda e , recentemente, ouvi o mais recente album deles, chamado Hey Ma.
-Na verdade, já havia ouvido os rumores-
Tudo começou com a polêmica em torno da capa, onde um bebê brinca com uma arma , imagem que, segundo o vocalista Tim Booth é uma metáfora: “a imagem é maravilhosa porque somos uma raça com armas nucleares e capacidade de nos autodestruir – além disso, em muitos aspectos ainda estamos na idade moral e emocional de um bebê. Então um bebê brincando com uma arma de fogo nos pareceu uma perfeita metáfora para o mundo”. A capa foi censurada e impedida de ser exposta em propagandas. Mesmo assim, a banda se recusou a alterá-la.
“Hey Ma” marca o retorno da banda sete anos após um fim que nunca chegou a existir de fato, registrado no DVD e álbum duplo “Getting Away With It”. O retorno inicialmente foi precedido por shows e a coletânea “Fresh as Daisy – The SIngles”, lançada no ano passado.
Segundo o guitarrista Larry Gott, a banda já está pensando no próximo álbum e imagina um futuro prolífico, “se nada nos detiver”, acrescenta. Gott, que havia deixado a banda em 95, sinaliza que o James de 2008 está bem próximo do James de álbuns como “Seven” (1992) e “Laid” (1993). Além disso, a formação atual da banda é a mesma que participou de “Laid”, um dos melhores álbuns do grupo, e conta ainda com o trompetista Andy Diagram ,responsável pelos inesquecíveis solos em “Born of Frustration” e que havia saído em 1992, logo após “Seven”.
Gravado na França entre outubro e novembro do ano passado, contando com a produção de Lee Muddy Baker, “Hey Ma” apresenta um James diferente de seus últimos álbuns antes do fim,reflete mais o James do início dos anos 90, dos álbuns já citados. poderia ser o sucessor de “Laid” facilmente, não tivesse Gott inventado de pular fora e a banda enveredado por uma questionável
ambientação eletrônica.
O álbum, que já bateu na décima posição nas paradas britânicas, se encontra em uma situação privilegiada para uma banda que ficou tanto tempo longe, prova disso foi a procura por ingressos para os shows de retorno no ano passado ,quando todos os se esgotaram rapidamente.
Hey Ma” é mais que um retorno, é um resgate de identidade. Algo como Uma foto 3x 4 de uma noite de um domingo de 1991, encontrada entre seus discos prediletos.
Para baixar o novo trabalho do James, clique no link abaixo:

James-Hey Ma 2008

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