O Dia em que o Radiohead Assassinou as Gravadoras!



In Rainbows, o novo trabalho do Radiohead, vem causando controvérsias na industria musical mundo afora, e não são sobre os méritos artísticos do album, mas pela forma como o mesmo foi disponibilizado para venda.
A essa altura praticamente todo mundo que curte a banda sabe que esse disco não vai para as prateleiras das lojas, pelo menos das que restaram, pois ele só pode ser adquirido se baixado do site da banda, mas o mais inusitado nessa estratégia se refere ao preço, não existe um preço para o album, na verdade, quem diz quanto vai pagar é você, isso mesmo, tal qual um leilão, você faz o lance, com a diferença que lá, independente do valor, vocè recebe seu link para baixar In Rainbows no seu email. Claro que, se você optar, pode levar um pacote com o Cd e um Vinil do novo trabalho, aí sim, com preço definido.
No entatnto é a forma que o radiohead encontrou de viabilizar finaceiramente seu trabalho, sem a necessidade de intermediaçâo das gravadoras, que fez a imprensa internacional proclamar o dia 1° de Outubro (data do lançamentdo do album) como O dia em que o Radiohead assassinou as Gravadoras.
Existe um que de exagero nesta afirmação, e um bocado de verdade também.
A industria musical, notadamente as grandes gravadoras, vem se contorcendo desde que o Napster surgiu, para barrar o crescimento deliberado do Download ilegal, da pirataria e do vazamento de informações. - No Brasil, o caso mais representativo disto veio do Cinema, quando Tropa de Elite, o filme sensação de 2007, nem tinha sido ainda finalizado e já estava nos camelôs-
A verdade, ainda que incoveniente, é que, bem ou mal, a pirataria auxilia no processo de divulgação, e isso é uma faca de dois gumes, pois se o trabalho for bom, as vendas aparecem, se for uma porcaria,tem o efeito de um aborto.
O Itunes vende música legalmente para dowload, muitos outros sites especializados também assim o fazem, as gravadoras apostaram que essa seria a saída para o combate ao Dowload ilegal, para a manutençâo do pagamento dos direitos autorais e de sua própria sobrevivência, só não contavam que alguém fosse ter a brilhante idéia de comercializar sua própria música, sem ter que repassar parte do lucro para elas.
E o fato desse alguém ter sido uma banda conceituada e reconhecidamente inovadora, como o Radiohead, põe mais lenha nessa fogueira.
Surgida nos anos 90 e vendida como uma das salvações do rock daquela época, o Radiohead sucitou dúvidas se duraria mais de um verão, surpreendentemente, não só a banda vingou como se tornou a mais importante daquela década, apontando caminhos, destruindo paradigmas (como vem fazendo agora) e inovando a cada novo trabalho.
O disco novo é muito bom, finalmente eles encontraram um equilibrio entre o que tem de melhor (as músicas ganchudas) e de mais questionável (as tais inovações), seria algo como um cruzamento de The Bends com Kid A.
As Gravadoras andam perdidas, tal qual cegos em tiroteio, o Radiohead, como uma bala perdida, contribui com uma realidade que parece cada dia mais plausível, a do fim da industrial musical como a conhecemos, no que elas vão se transformar ainda é cedo para especular,mas o poderio que elas detinham até pouco tempo atrás foi por água abaixo, agora qualquer um pode gerir sua carreira do seu laptop, sem necessidade de intermediários, pelo menos teoricamente.
E o Radiohead, que havia gravado seu nome na história da música quando , em 1997 ,lançou Ok Computer, agora entra em definitivo para a história da industria, pelo menos da música, como a banda que, se não matou, deu o tiro de misericórdia nas gravadoras


1 comentários:

  Mme. S.

7:46 AM

amigo, que texto bom. bem escrito, informativo, boas pitadas de opinião. parece um ótimo jornalista. fiquei com inveja (hahaha).
vou adicionar você lá na minha selva. e, bom, quanto aquele texto que vc comentou, lamento. vou tirá-lo. está muito, muito, muito pessoal.
um cheiro, Sheylinha