Uma das pricipais bandas britanicas de todos os tempos, seria uma definição apropriada para o New Order, mas talvez ainda fosse pouco para uma banda que sobreviveu ao suícidio de seu vocalista quando já era uma das principais referencias do circuito Pós Punk, praticamente inaugurando a fase sombria que se seguiria após os arroubos de testorona adolescente que acompanhavam o Do it yourself do movimento Punk.
Como nenhuma outra banda, Bernad Summer, Peter Hook e Stephen Morris souberam se reiventar, criar algo novo a partir do que havia sido quebrado, do que aparentemente estava morto.
Os shows do New Order com repertório do Joy Division, em 2007, são emblemáticos neste sentido, pois evidenciam uma banda que mesmo optando por trilhar outros caminhos -no caso, da música eletrônica, do pop redondo, para as pistas- jamais descuidou da essencia.
Supunha que isso era decorrente de maturidade artística, pessoal, enfim , de maturidade, mas ao esbarrar com comentários de Peter Hook, a qualquer época, sempre me perguntei se a postura era equivalente às ações.
Hook sempre foi polêmico, gosta disto e se dedica a formar frases impactantes e opiniões cruas com a mesma intensidade que cria geniais linhas de baixo. Sempre foi verborrágico e isso, em um certo sentido, contradiz a postura sisuda da banda, o que não é necessariamente ruim. Ocorre que as vezes, quando tenta ser sincero é mal interpretado, como no caso da entrevista que concedeu Radio 2 da BBC, em uma semana dedicada à sua (ex-por-enquanto) banda: O baixista falou sobre seus desentendimentos com o vocalista e guitarrista Bernard Sumner após a passagem da banda por aqui, últimos shows do New Order. "Eu disse a ele todas as noites depois da turnê brasileira que eu não ia mais fazer isso. Eu fui ao Brasil pelo dinheiro. Eu senti que o New Order estava vazio. Mas não posso falar pelos outros , declarou.
No Orkut, algumas comunidades dedicadas a banda consideraram a declaração uma heresia, alguns demonstraram profunda decepção pelo fato da banda ter vindo tocar no Brasil somente "pelo dinheiro" o que não deixa de ser uma grande hipocresia, pois como empresa que é, uma banda vive sim da arrecadação do material que produz, desde que, naturalmente, ele seja produzido sem se levar em consideração somente "o mercado"
A diferença do New Order, para , por exemplo, Justin Timberlake, é que, ao contrário do segundo, a banda tem uma trajetória, um estilo que se sobrepõe as regras mercadológicas que regem a música pop nos dias atuais. Não pretendo nem levantar bandeira e nem criticar Justin Timberlake pelos motivos dele e até entendo que a comparação seja relativamente peasada, mas é uma forma de demonstrar que, enquanto estilo, música é o que se produz e se vende sob um padrão de qualidade incontestável ,porém, enquanto produto, música pode até ter seu charme, mas padece de vitalidade.
Uma coisa ,no entanto, me chama atenção, o fato dos fãs quererem cobrar de um artista uma posição que jamais ele tomou ,uma aura de integridade "contra o sistema" que jamais foi proferida e nem prometida por ninguém: Música, independente da qualidade,é produto e como tal dever ser comercializado, existindo público tanto para Justin Timberlake quanto para O New Order.
Se uma banda toca por dinheiro é um bom sinal, se tocasse por ideologia seria perigoso, pois por trás das ideologias sempre há a manipulação e esta, é mais prejudicial que um punhado de dólares.
0 comentários:
Postar um comentário