No, No ,Noooooooo....



Dificilmente procuro me inteirar sobre a música da moda, do Rappper casca dura à Gatinha tresloucada, para mim muito mais do que produzir boa música, essa figuras patéticas que frequentam as colunas de Personalidades dos Sites de entretenimento produzem notícias vazias e desnecessárias cujo único intuito é alimentar uma industria inócua, um culto a não-sei-lá-o-que.
Na verdade quando essas criaturas começam a morrer em praça pública, por balaço, overdose ou são presas, flagradas em situações vexatórias ou simplesmente agredindo aos urubus da mídia –os Paparazzi -, eles estão simplesmente cumprindo sua função, algo que transcende o que deveria ser inicialmente proposto, a música. Nestes casos, isto é o de menos, o importante é se manter no foco, seja lá em qual cirscunstancia e a qualquer preço.
David Bowie nos anos 70 e Madonna, nas décadas seguintes, criaram o paradigma de que não basta ter um bom Album no mercado, todo lançamento deveria ser precedido de uma boa polêmica, nestes casos, no entanto, a polêmica funcionava como mero instrumento de Marketing.
Nestas décadas, sem o poder instatâneo da Internet de alastrar centenas de factoides por segundo, as polêmicas deviam ser acompanhadas de um bom trabalho, pois as chances de um erro de cálculo por fim a uma careira eram infinitamente superiores aos das atuais ,quando a música que você ouviu ontem na rádio já é um flashback no mês que vem.
Comecei a ouvir falar de Amy Winehouse no ano passado, época do lançamento de Back to Black, seu último trabalho. Quando falo último, tanto me refiro ao fato de ser seu trabalho mais recente como ao temor de que de fato não sobre muita coisa a ser lançada depois dele.
Sob os rótulos de “Branca com alma negra” e “sucessora das Divas sa Montown” encontra-se um cada vez mais raro talento de se produzir boa música e uma voz potente e encorpada, ao ouvi-la, de fato tem-se a impressão de estar diante de alguma grande dama da Soul Music dos anos 60, nada leva a princípio a crer que aquela voz poderosa vem de uma garota magricela (anorexica?) de 23 anos. Infelizmente, uma garota que aparece na mídia pelos motivos errados.
Amy Winehouse foi descoberta, decifrada e devorada pela indústria do entretenimento de forma tão intensa e voraz que se tornou vítima dela, e tal qual uma Paris Hilton com talento, passou a estampar capas de tablóides e colunas de fofocas pelas constantes bebedeiras, brigas , exageros etílicos e overdose, uma espécie de Peter Doherty de saias.
O Que fica são dois admiráveis trabalhos, Frank (2003) e o já citado Back to Black (2006), nos quais seu inquestionável talento além de encantar deixa no ar uma certa melancolia, pela ingenuidade ,pelo desperdício e pela incerteza da continuidade de uma carreira tão promissora.
Na verdade a única certeza que infelizmente fica é a que já vimos esse filme antes e ele não termina nada bem!

Manu Chao - La Radiolina


O Messias dos imigrantes ilegais está de volta em album inédito...peralá...inédito?

La Radiolina segue a risca a cartilha dos albuns anteriores de Manu Chao, Clandestino (1998) , Próxima Estacion: Esperanza (2001) e Siberie M'etait Conteee (2005), músicas em Espanhol, Francês, Português e Inglês com temática pouco variada, basicamente sobre o dia a dia de mochileiros, imigrantes, expatriados e afins. Se não acrescenta nada também não decepciona quem aprecia a mistura.

Na verdade, Manu Chao descobriu um grande filão ,uma imensa fatia de mercado, estima-se que somente nos EUA haja algo em torno de 8 a 11 milhões de imigrantes ilegais, desse montante, a imensa maioria provém de paises latino americanos, vizinhos ou não.

A Imigração é endêmica e sistemática em todo mundo, até alguns países europeus que cínicamente não impunham barreiras a imigração de forma dura, como a França ,a Itália e a Inglaterra, pois dependem desta mão de obra barata para manter sua rede básica de serviços, anda criando barreiras cada vez mais restritivas para aceitação de visitantes /Imigrantes, como a Inglaterra que está em vias de implantar um visto especial para estudantes que intencionem trabalhar meio período, na tentativa de inviabilizar legalmente aqueles que entram com a desculpa de estudar para imigrarem, uma vez que está cada vez mais raro se encontrar um Londrino em Londres.
Manu Chao é Europeu, Francês, fez parte de uma renomada banda, Mano Negra, com alguma repercussão internacional nos anos 80 e 90, conhece o mercado, sua temática ,e o potencial desse público de imigrantes, Latino-americanos ou não, em encontrar alguém que fale para ELES, sobre ELES, daí vem seu sucesso, ao acrescentar a essa mistura elementos musicalmente certeiros, de fácil assimilação, como Ska, Reggae e Ritmos caribenhos, uma pitada de Rock, alguma ciataçao política e demagogia simplista.

O Novo trabalho não é ruim, mas é repetitivo, muita gente vai adorar, vai fazer muito sucesso nas praias da moda, embalar muitas rodas fumegantes e tocar muito nos bares descolados.

Mas, assim como a imigração ilegal e suas leis ,mais ou menos rígidas dependendo da necessidade das cadeias de serviço de cada país, vai repercutir pouco.

E, particularmente, eu nao aguento mais ovir a voz fanha de Mano Chao proferindo a sentença "Infinita Tristeza"

Control


O Ano era 1987, andava descobrindo muitas coisas, musicalmente falando, o ambiente naquela década era propício e fértil, o país havia entrado na rota dos grandes shows, pelo menos nas grandes capitais, haviam tribos se sedimetando, heavies, darks, new wavies... as radios tocavam boa musica, enfim, era uma festa para os ouvidos e olhos de um curioso garoto de 12 anos.

Dentre estas descobertas, certo dia me caiu nas mãos um disco chamado Substance, de uma banda chamada Joy Division, fui logo informado que tratava-se de uma encarnação anterior de uma outra banda que ouvia bastante naqueles tempos, New Order.

Fui também advertido que o som não tinha a menor semelhança com a encarnação posterior e que o vocalista, um tal Ian Curtis, havia cometido suicídio, aos 23 anos , e que a sonoridade da banda refletia muito um estado de espírito melancólico, atormentado e soturno.

Os acordes de Transmission definitivamente tomaram conta de mim, aquela linha de baixo ficara impregnada no meu cerébro, descobri a discografia da banda, colecionei os vinís, depois os Cds, conheci gandes amigos, muitos dos quais mantenho até hoje, por afinidade musical e o Joy Division definitavemente ficou como um ponto de convergência ,um ícone da minha adolescência.

Tenho acompanhado com muito entusiasmo tudo o que antecede o lançamento de Control, filme baseado na biografia de Ian Curtis ,chamada Touching from a distance escrito por sua viúva, Deborah Curtis e dirigido por um dos mais emblemáticos diretores de Clips dos anos 80/90, Anton Corbjin, com lançamento previsto para 26 de Setembro na Europa e ainda sem previsão de lançamento no Brasil. Aquele garoto de 12 anos que ficava horas a fio se ambientando com aquela realidade distante porém familiar, contextualizando a atmosfera daquela Inglaterra industrial e abrindo os olhos e a cabeça para uma cultura musical e literária mais complexa e menos tropical, esse garoto tem sentido falta de seus Herois!
Trailer: